segunda-feira, julho 31, 2006

Vento

E de repente, não mais que de repente, tudo pode mudar...

Como a direção do vento...

sexta-feira, julho 28, 2006

Bobby Long

We die only once.
And for such a long time...

(Molière)

Parabéns, Tati. Muitos anos de vida!

Lior

Estive hoje em um abrigo anti-bombas. Não rolou sirene, não caiu nenhum míssil lançado pelo Hizballah ou pelo Hamas, não teve correria nem nada. O abrigo onde eu estive, em um bairro residencial super tranqüilo de Jerusalém, foi transformado em sinagoga. Uma porta espessa de ferro dá acesso ao templo judaico que abrigou nesta manhã ensolarada de sexta-feira a cerimônia de brit milá (circuncisão) do Lior, o filho da minha amiga Cinthia. O nome ele ganhou hoje, enquanto chorava como o bebê da foto. Lior, hebraico para "luz para mim", significativo para uma mãe como ela dar para o rebento. A cerimônia foi emocionante, embora bastante simples. Lá, dentro do abrigo anti-bombas, uns amigos, uns parentes, a mãe bastante emocionada e o bebê, cujo choro, como manda o judaísmo, foi calado por gotas de vinho em um pedaço de algodão.

Foi selada a aliança.

[TRADIÇÃO] Contei para uns amigos e eles não acreditaram! O mohel que fez o meu brit milá, em 1979, foi o mesmo que fez o do meu pai, em 1949 e o do meu avô, em 1913! Minha mãe sempre conta que o velhinho - que de acordo com as minhas contas deveria ter uns 90 anos quando me circuncidou - tremia. Ela também, de medo!

quinta-feira, julho 27, 2006

Busca

Que seja pingue ou que seja pongue. Mas que seja logo...

E ontem aniversariaram duas pessoas muito especiais. A Fran, lá em Curitiba, e o Carlinhos, de lá de Belô, mas que mora aqui comigo e ganhou uma festa surpresa. Não esqueci, mas não escrevi ontem! Então os meus parabéns e meus desejos de muitos anos de vida para os dois vão por aqui, mesmo atrasados! Tudo de bom!

terça-feira, julho 25, 2006

Dois comprimidos

Estou sentado na frente da televisão. A televisão, desligada, reflete as luzes dos carros e das janelas vizinhas. Os poucos sons que ainda escuto, na madrugada, vêm dos pneus lambendo com pressa o asfalto. Mas em espasmos freqüentes o quase silêncio é cortado por tosse. Minha tosse. A tosse é tão forte que chega a me contorcer. As costas, desacostumadas, reclamam de dor. Tomo dois comprimidos de Dorflex. Psicologicamente tento me acalmar, mas a dor não passa. A televisão ainda está desligada e as luzes fazem seu show distraído na tela quase plana. Mais um acesso de tosse. Lembro de uma pomada descongestionante francesa. Não estou congestionado, mas a pomada alivia a sensação de dor pela tosse. Passo a pomada no peito e nas costas, altura do pulmão. O esforço para esfregar as "asas" resgata a dor. Lembro que estou com fome. Reúno minhas forças para apanhar o controle remoto e desligar... Ah! A televisão já está desligada. Levanto, nada na geladeira. Pego chaves, carteira, celular. Desço feito velho as escadas do prédio. Quatro andares de tosse ecoada pelos corredores estreitos. Alcanço o carro, sento e acomodo os ossos que ainda reclamam. Dou a partida e resolvo passear. Entro sobre rodas na cidade de dois mil anos. Devagar, cabeça encostada no vidro, olhar no alto da muralha. Dou a volta, vejo o Muro. Saio. Na volta, encontro um supermercado aberto. Compro meia dúzia de coisas sem paciência para saber o que estou levando. Entro de novo no carro e em cinco minutos chego em casa. Arrasto os ossos pelas escadas, ainda tossindo. Largo as compras no sofá e sento de novo, na frente da televisão.

segunda-feira, julho 24, 2006

Grampo

Resolvi telefonar, agora à noite, para a correspondente do SBT e da RFI no Líbano. Ela começou a corresponder para a RFI por conta da crise atual e eu acho isso ótimo, porque balanceia a cobertura - ela de lá, eu de cá.

É uma catarinense com um sotaque delicioso. Mas eu senti na voz dela a tensão normal para quem está no Líbano e, de repente, recebe uma ligação de Israel. Ela me disse, apressada para desligar, que teria problemas se a ligação fosse rastreada.

Desligamos logo e fiquei pensando, ao mandar um email para ela (emails ainda são seguros), que deve ser realmente uma aventura estar lá em Beirute cobrindo essa guerra. Lá, imagino eu, se sentem mais intensamente os efeitos.

[LEIA TAMBÉM!] Está na grande rede a última edição inteirinha da Revista 18, com a minha matéria sobre o Negev. Para ler, aqui. Estou na página 14. Mas a revista merece ser lida de cabo a rabo! A próxima já está no forno... Inaugurei coluna, que deve ser semanal, no BlueBus, a primeira está aqui. E tem texto novo meu, de um só parágrafo, aqui.

quinta-feira, julho 20, 2006

Turismo numa hora dessas?

É, turismo numa hora dessas. Aliás, turismo só por causa da situação. Uma amiga de Haifa, israelense, que cresceu na região norte do país, acabou fugindo da guerra e foi para Tel Aviv. Eu a convidei para passar o dia em Jerusalém, já que não nos víamos desde o ano passado, quando eu fui visitá-la.

O que quero contar é que aqui na capital não se sente a tensão que senti no norte, nas várias cidades que visitei. Apesar dos alertas de atentados terroristas, a população continua saindo às ruas, circulando normalmente. Mesmo assim, minha amiga, que não visitava Jerusalém há cinco anos, morreu de medo.

Passeamos pela Cidade Velha, por diferentes bairros da cidade e conversamos muito, sentados em um café da Emek Refaim (uma rua cheia de restaurantes e cafés, cujo nome significa ironicamente "vale dos fantasmas"!) É interessante ver como os israelenses desconhecem profundamente o país deles e como reagem a tudo isso que está acontecendo. Interessante e triste.

quarta-feira, julho 19, 2006

Segue a guerra...

Hoje é á o oitavo dia de conflitos e os ataques entre Israel e o Hizballah estão se intensificando. Não se deixa de ouvir notícias de bombardeios israelenses contra o Líbano e de mísseis do Hizballah contra as cidades no norte de Israel. Depois de passar alguns dias por lá, perto da fronteira, e de observar a reação das pessoas, voltei com uma sensação ambígua sobre a reação delas aos confitos. Escrevi ontem no Estadão a respeito.

Tenho falado seguidamente também na RFI (tanto na redação brasileira como na redação portuguesa) e às vezes, ao vivo, na Rádio Eldorado AM. Ontem mesmo entrei nas duas rádios para falar sobre a situação daqui.

[LER & OUVIR] Para ler o texto no Estadão, aqui (apenas assinantes). Toda a editoria internacional de ontem aqui. Minha última entrada na RFI está disponível na internet aqui, junto a uma análise sobre a situação. Todas as minhas entradas na RFI aqui.
[ÁRABE] Embora a maioria da imprensa brasileira grafe "Hezbollah", uso nos meus textos a grafia mais parecida com a pronúncia em árabe do nome do grupo. A tradução de Hizballah é "partido de Allah".

Ahhhhhh, que saudadeeeee!!!

Partem tão tristes, os tristes,
tão fora de esperar bem
que nunca tão tristes vistes
outros nenhuns por ninguém.

sábado, julho 15, 2006

Notícias da fronteira

Estive muito perto da fronteira com o Líbano e em quatro cidades do norte de Israel, vendo, conversando com moradores e sentindo o clima tenso que está assolando a região. Falei ontem duas vezes na RFI e outras duas, ao vivo, nos 700 quilohertz da Eldorado AM, em São Paulo.

A região realmente está muito tensa, como eu contei em comentários informais no 23a idade, que podem ser ouvidos nos links abaixo. Durante toda a noite ouvi disparos israelenses e o som assustador dos mísseis cortando o ar em direção ao Líbano.

Tenho outras impressões para contar. Falta apenas tempo (e voz). Sigo com a rádio. Oportunamente farei novos comentários por aqui...

[PARA OUVIR] Última entrada na RFI aqui. Todas as minhas entradas na RFI aqui. Comentários informais no 23a idade: Três mísseis em Naharya, No extremo norte, Disparos intensos, Narguila na guerra, Novos disparos

sexta-feira, julho 14, 2006

Agora é guerra (RFI)

Escalada séria da violência aqui no Oriente Médio, com o seqüestro de mais dois soldados israelenses, dessa vez no norte do país, fronteira com o Líbano. Israel revidou com pesados ataques e o Hizballah durante todo o dia disparou mísseis Katyusha contra território israelense, atingindo cidades no norte do país, como Naharia, Tzfat e até Haifa. Já se usa o termo "guerra" e fala-se em voltar à situação de 20 anos atrás, com a ocupação do sul do Líbano pelo Exército israelense. Falei a respeito hoje na RFI. Para ler a notícia e ouvir meu boletim, clique aqui. Escrevi a respeito do novo impasse no 23a idade.

[MAIS] Todas as minhas entradas na RFI aqui.

quinta-feira, julho 13, 2006

Vazio

Pois aqui não fez sol, tampouco lua, nem sequer chuva fez. Fez apenas um vazio doloroso, nada de miúdo como a sua chuva. Apenas a sombria escuridão e o silêncio assustador. A espera.

Mas já não há muito mais para esperar.

Depois, nós.

E nada, nada, nada paga aquele sorriso.

segunda-feira, julho 10, 2006

Troca-troca

Alguém tem um clipe de papel? Tem que ser vermelho... E eu aqui quebrando a cabeça pra descobrir como faço para, simplesmente, abraçar o mundo...

Jogando palavras

Ouça o que eu vou dizer, meu bem, me ouça.

Você é desinteressadamente sexy.

Amo.

Squadra Azzurra!

E ganhou a Itália, para desgosto de muitos e "gosto" de muitos outros. Acompanhei o jogo em três fases. O tempo normal li no Terra. A prorrogação, ou uma parte dela (que incluiu a expulsão do Zidane), escutei - e comemorei! - no rádio do táxi ("cartis adom le Zidane!"). E os pênaltis vi no meio de uma pequena multidão no centro de Jerusalém - a maioria gritando "Itália, Itália"! O mesmo sufoco pelo qual passamos, os brasileiros, em 1998, contra a mesma França. Quem diria? Queria que a Squadra Azzurra levasse, mas não acreditava que ganharia! Que bom! Agora o Brasil precisa, em 2010, tirar a diferença! Os italianos agora são tetra...

E agora, começo da madrugada, uma salada amanhecida (e anoitecida), toradas na televisão espanhola (que beleza, que tradição, mas que sacanagem!) e papo no messenger lá com Brasília. Vou dormir, esse computador está me dando dor típica de tendinite.

E o copo agora enfeita minha mesa!

domingo, julho 09, 2006

A final, finalmente

Faltando alguns poucos minutos para a grande final da Copa 2006, aqui na televisão, no jornal das oito, quase só se fala nisso. E, claro, no Zidane. É Zidane pra cá, Zidane pra lá. Duro de agüentar...

Vamo, Itália!

Deu saudade, confesso, durante a Copa, da narração imbecil do Galvão, dizendo coisas como "a beleza da mulher francesa" ou "a doçura da mulher italiana" durante o jogo...

Mensagem no copo

Chego no trabalho e tem um copo de isopor com a seguinte inscrição, a caneta, no inglês óbvio de uma empresa norte-americana como a minha: Have a sweet day. É para derreter qualquer um...

Não acredita? Vou tirar uma foto (ou roubar o copo pra mim!)

Unplugged Weekend

Que sacanagem essa coisa de "fim de semana acústico" em pleno domingo. De vez em quando esqueço que Israel é o único lugar no mundo onde a semana começa (mesmo) no domingo. E a MTV e o VH1, que não são daqui, mas da Europa, passam esses especiais "de fim de semana" em pleno dia do descanso cristão. Poxa...

E lá vou eu trabalhar, em pleno domingo de sol.

Últimos dias, porém.

(8) Ouvindo The Cranberries, no VH1

sábado, julho 08, 2006

Cinema na madrugada

I love your body
I love you

I used to love sex


Cenas que precisariam ser guardadas mais do que apenas na memória: do filme With or without you (Inglaterra, 1999), um beijo roubado dentro de uma barraca, contra a luz, na sutileza que esconde o erro da traição; o sexo apaixonado entre marido e mulher na tentativa de engravidar; o marido disparando desesperado na areia e o amante agachado. Muitas outras. Filmão.

Adoro a ousadia do cinema europeu.

E ainda, na mesma madrugada, Georgia, com a excelente e intensa Jennifer Jason Leigh e 11:14, filme desse tipo que eu gosto muito, com histórias entrelaçadas fora de ordem cronológica. Bons.

Um ano depois...

Vi hoje pela terceira vez As bonecas russas, filme que me fala profundamente. Saí do filme caminhando por Jerusalém com uma companhia excelente. Mas com um nó na garganta por não saber dizer o que sinto... E no filme aparece Londres. E numa cena, na capital inglesa, aparece aquele conhecido ônibus vermelho de dois andares, ícone da cidade. Lembrei, vendo o filme que, há um ano hoje, atentados mataram dezenas de pessoas lá. Não que a CNN tenha deixado esquecer - eles transmitiram ao vivo um ato recordatório, sem interrupções. Pesado.

quinta-feira, julho 06, 2006

Em Portugal...

Roubaram o puto, diz a imprensa portuguesa...

Agora é torcer pela Itália!

Aos doze anos...

Eu me tornei o que sou hoje aos doze anos, em um dia nublado e gélido do inverno de 1975. Lembro do momento exato em que isso aconteceu, quando estava agachado por detrás de uma parede de barro parcialmente desmoronada, espiando o beco que ficava perto do riacho congelado. Foi há muito tempo, mas descobri que não é verdade o que dizem a respeito do passado, essa história de que podemos enterrá-lo. Porque, de um jeito ou de outro, ele sempre consegue escapar. Olhando para trás, agora, percebo que passei os últimos vinte e seis anos da minha vida espiando aquele beco deserto.

Trecho inicial de O caçador de pipas, de Khaled
Hosseini,que acabei de ganhar e já comecei a ler.


Valeu, Beto!

quarta-feira, julho 05, 2006

"Ninguém arrisca neste jogo de paciência"

Portugal e França jogando agora. Se você é um bom brasileiro, tem que se importar com o jogo e torcer pela vitória portuguesa. Mais: ouvir o jogo na narração portuguesa! Aqui.

Avisa lá!

Pra ninguém dizer que eu não avisei, vai ter show do Olodum aqui em Israel, semana que vem. Na verdade, serão dois! Avisa lá!

Emitida

Preciso de fato voltar para o Rio de Janeiro. Não é um problema material, de dinheiro ou de status profissional. Tudo isso é recuperável. É um problema de amor, pois o tempo do amor é que é irrecuperável.
Vinicius de Moraes, em carta enviada para o Itamaraty

terça-feira, julho 04, 2006

Ressaca

Se o Cerezo disse tudo, o que eu vou dizer? Agora que passou a ressaca, agora que já rolou pela net todo tipo de piada, caricatura, gozação à seleção, ao Roberto Carlos e ao Parreira, agora que já rolou tudo isso... Bom, agora é torcer pelo Felipão! Amanhã tem Portugal x França!

"Soldado não será morto" (RFI)

O soldado israelense seqüestrado há nove dias não vai ser morto, de acordo com os três grupos terroristas palestinos que estão com ele. O ultimato imposto ontem pelas facções venceu, mas os terroristas anunciaram que não farão como prometeram. Falei a respeito hoje na RFI. Para ler a notícia e ouvir meu boletim, clique aqui. Escrevi a respeito do impasse no 23a idade.

[MAIS] Todas as minhas entradas na RFI aqui.

Akamol, claro

O maxilar ainda dói, culpa daquele francês... Fui no médico hoje esperando que ele pedisse uma chapa mas só consegui uma receita para Akamol, o remédio-padrão daqui! E dois dias em casa.

Hoje a Andrea faz anos! Ela, que foi minha correspondente em Israel e minha tira-dúvidas sobre a política desse país, anos atrás, quando eu ainda não conhecia nada daqui!! Feliz aniversário, tudo de muito bom! E vamos comemorar torcendo pelo Felipão! Também fica mais velho o Ândi, a força-motriz do Mondo Redondo! Cara, parabéns e tudo de bom pra você! Hoje também faz dois anos que eu saí do Brasil!

segunda-feira, julho 03, 2006

Palestinos impõem ultimato (RFI)

Os grupos terroristas palestinos que estão com o soldado israelense Gilad Shalit anunciaram um ultimato. Se o governo de Israel não liberar presos palestinos até a manhã de amanhã, o soldado, de apenas 19 anos, vai ser morto. Foi o assunto do meu comentário de hoje na RFI. Para ler a notícia e ouvir meu boletim, clique aqui. Escrevi a respeito do impasse no 23a idade.

[MAIS] Todas as minhas entradas na RFI aqui.

Adamá, a terra

Teoria que acabo de ouvir de um motorista de táxi muçulmano, filho de pai iemenita: "deveríamos colocar uma mesa daqui até Eilat [cidade no sul do país, distante uns 250 quilômetros de Jerusalém] cheia de comida, para que árabes e judeus sentem para conversar e fazer a paz. No final das contas, brigamos pela terra. E o que é que vamos levar daqui quando morrermos? Nada. Vamos todos lá pra baixo da terra".

Amén.

[AULA NO CARRO] Vale dizer que motoristas de táxi em Israel poderiam facilmente ser professores de política. Cada corrida é uma sessão grátis de debates sobre o que rola do lado de fora do carro. Em São Paulo, ouvi falar, tem um assim!
[NAS TELONAS] Esse papo de adamá me fez lembrar uma cena do excelente Um herói do nosso tempo, filme franco-israelense de 2005. No hebraico, adam (de ben adam, ser humano) e adamá (terra) têm a mesma raiz comum. Com base nisso, o personagem do filme dá uma explicação emocionante.Vejam o filme, vale a pena.

domingo, julho 02, 2006

Aprendi...

Na Copa 2006 aprendi...

... que o Brasil só é favorito por sorte/ que orgulho de brasileiro não acaba nem com a derrota/ que é emocionante subir no ombro de alguém e ficar girando com a bandeira verde-e-amarela no meio de um monte de gente entoando "pentacampeão"/ que a França e os franceses.../ que soco na cara dói muito, mais ainda depois que esfria/ que eu não faço a menor idéia do que seja um analgésico e se gelol serve para essas coisas/ que não se deve deixar coisas desacompanhadas, nunca/ que não se deve ver um jogo contra a França cercado de franceses, mesmo que você esteja com outros muitos brasileiros/ que embora os israelenses amem o Brasil, se o Brasil perder eles vão tirar sarro/ que amigo de verdade é aquele que te abraça quando você se enrola na bandeira e chora/ que eu sou capaz de chorar soluçando, sentado no chão, se o Brasil perder.

Agora é torcer por Portugal.

sábado, julho 01, 2006

Chamud e chutzpan!

Meu irmão passou o fim de semana aqui em casa. Primeira vez que ele veio. Fora ele ter espirrado na minha cara na hora que ia me dar um beijo e ter feito xixi em pé (e no meu pé!) quando eu o levava no banheiro, foi ótimo. É um chamud esse menino! Quatro anos e meio e sabe hebraico mais que todos aqui. E quando pergunto uma palavra, ele faz cara de manha e diz, com toda a pompa:

- Lo ba li lehagid!*

É ou não é uma graça?

*Não estou a fim de dizer!

A verdadeira disputa

Depois que os argentinos disseram que a Copa só começava com a estréia do Brasil, nosso ego ficou tão cheio que jogamos mal pacas nas partidas da primeira fase (contra Croácia [1x0], Austrália [2x0] e Japão [4x1]) e nas oitavas contra Gana [3x0]. Ganhamos todas, é verdade. Mas o fato é que a Copa começa mesmo hoje, no jogo entre Brasil e França, repeteco de 1998 - que, esperamos, não repita o resultado. Que tal um 3 x 0?

Sobre o jogo de ontem, foi cômico. No gol argentino, meu flatmate delirou. Durante meia hora ele gritou e socou as paredes do quarto dele. Ficou sem voz de tanto berrar "gol", "carajo", "puta que les parió" e coisas do estilo. No gol da Alemanha, os quatro brasileiros presentes ficamos calados. Quase choramos de vontade contida de rir. E aí, na prorrogação, ele sumiu. Voltou depois do jogo, com a tromba no chão! Foi bom, porque pudemos secar a Argentina e torcer pela Alemanha sem medo de ferir os sentimentos dele! Enfim, voltaram pra casa!

[MAIS] O que você sabe sobre a seleção da França?
[CLICK] Tem foto nova, mas velha, do dia em que roubaram minha câmera.