Vento
Como a direção do vento...
Blog é o ato ou efeito de expressar, na internet, opiniões, idéias... A definição é minha e também é meu o conteúdo dessas páginas negras - que são negras em oposição às páginas brancas do meu blog, no qual escrevo apenas sobre Israel. E são negras como as páginas de uma revista que trazem algo exclusivo.
Estive hoje em um abrigo anti-bombas. Não rolou sirene, não caiu nenhum míssil lançado pelo Hizballah ou pelo Hamas, não teve correria nem nada. O abrigo onde eu estive, em um bairro residencial super tranqüilo de Jerusalém, foi transformado em sinagoga. Uma porta espessa de ferro dá acesso ao templo judaico que abrigou nesta manhã ensolarada de sexta-feira a cerimônia de brit milá (circuncisão) do Lior, o filho da minha amiga Cinthia. O nome ele ganhou hoje, enquanto chorava como o bebê da foto. Lior, hebraico para "luz para mim", significativo para uma mãe como ela dar para o rebento. A cerimônia foi emocionante, embora bastante simples. Lá, dentro do abrigo anti-bombas, uns amigos, uns parentes, a mãe bastante emocionada e o bebê, cujo choro, como manda o judaísmo, foi calado por gotas de vinho em um pedaço de algodão.
E ganhou a Itália, para desgosto de muitos e "gosto" de muitos outros. Acompanhei o jogo em três fases. O tempo normal li no Terra. A prorrogação, ou uma parte dela (que incluiu a expulsão do Zidane), escutei - e comemorei! - no rádio do táxi ("cartis adom le Zidane!"). E os pênaltis vi no meio de uma pequena multidão no centro de Jerusalém - a maioria gritando "Itália, Itália"! O mesmo sufoco pelo qual passamos, os brasileiros, em 1998, contra a mesma França. Quem diria? Queria que a Squadra Azzurra levasse, mas não acreditava que ganharia! Que bom! Agora o Brasil precisa, em 2010, tirar a diferença! Os italianos agora são tetra...
Sobre o jogo de ontem, foi cômico. No gol argentino, meu flatmate delirou. Durante meia hora ele gritou e socou as paredes do quarto dele. Ficou sem voz de tanto berrar "gol", "carajo", "puta que les parió" e coisas do estilo. No gol da Alemanha, os quatro brasileiros presentes ficamos calados. Quase choramos de vontade contida de rir. E aí, na prorrogação, ele sumiu. Voltou depois do jogo, com a tromba no chão! Foi bom, porque pudemos secar a Argentina e torcer pela Alemanha sem medo de ferir os sentimentos dele! Enfim, voltaram pra casa!