quarta-feira, maio 31, 2006
terça-feira, maio 30, 2006
Pomba-gira
Vai ter sorte assim na puta-que-o-pariu. Até perdi o sono!
Nunca seré viejo
Mucho tiempo atrás, en una playa solitaria de Haití donde ambos yacían desnudos después del amor, Jeremiah de Saint-Amour había suspirado de pronto: "Nunca seré viejo". Ella lo interpretó como un propósito heroico de luchar sin cuartel contra los estragos del tiempo, pero él fue más explícito: tenía la determinación irrevocable de quitarse la vida a los sesenta años.
Gosto da cena não apenas pelo tom da revelação escancarada, mas por ela invocar de forma tão bela o momento após o amor. Fico imaginando os dois deitados nus, na praia, olhando as gaivotas sobrevoando o mar, e ele contando com uma voz serena e tranqüila que não será velho. E aí, ainda olhando pro céu, ela deixa escorrer uma lágrima solitária pelo canto do olho, sem nem se importar em esconder. Não diz nada. Não dizem nada.
domingo, maio 28, 2006
הנה אני בא
sexta-feira, maio 26, 2006
Paternidade
Juro que eu não sou o pai. Mas resolvi acompanhar uma amiga minha, argentina, para fazer o último ultrassom antes do parto, marcado para julho. Depois de quase uma hora na sala de espera da clínica do Macabi (o plano de saúde dela), entramos. Fiquei sem jeito, mas ela me convidou a entrar e assim eu fiz. E vi um bebê na tela superpequena daquele aparelho que certamente já existia quando o feto era eu. Mais emocionante do que a criança, que vai ser menino, foi ver a cara da mãe, entorpecida pela imagem do filho que ela gera e carrega.
Deu vontade de ser pai, até.
Overdose
Pra falar a verdade, com ela tampouco.
Quero minha cama.
quinta-feira, maio 25, 2006
Coisa de americano
Já perdi a conta e não sei em que lugar do mundo você está, se no Rio ou em algum país da Ásia ou da Europa. Pena que não está em Jerusalém para comemorarmos juntos esse seu último aniversário de solteiro, Marcus. Mas eu não esqueci! Então um yom huledet sameach e saudade, irmão. And today another very good friend of mine, from Canada, is becoming older - Josh, dude, very happy birthday for you!
segunda-feira, maio 22, 2006
Momento foda-se
Definindo...
mal-entendido sm. Equívoco, desentendimento.
Já diria o Djavan, mas eu dou uma mudada: "insisto em zero e zero e quer um a um"...
domingo, maio 21, 2006
Votação e premiação!
(Só valem comentários no 23a idade!)
Telemarketing-terror
(Ah, como dá vontade, numa noite péssima como esta...)
sexta-feira, maio 19, 2006
quinta-feira, maio 18, 2006
Alertas
12:09, Police in Jerusalem move to high alert in light of terror warningE quando eu saí de casa, havia policiais por toda a cidade, sirenes e luzes azuis e vermelhas, soldados, aquela bagunça. Mas ninguém se explodiu, ninguém explodiu nenhum ônibus, ninguém matou nenhum policial, e as pessoas estavam normalmente passeando pelas ruas, comendo em restaurantes e vivendo normalmente...
14:23, Terror alert in Jerusalem lowered
15:22, Jerusalem terror alert resumed once again
Ordem no galinheiro
Adoro esse negócio de as estações terem começo e fim por aqui!
Tem foto nova no flog, do meu irmão comigo no churrasco de independência.
Você nem deve ler esse blog, mas mesmo assim, não me esqueci de você nesse 18 de maio, Pó! Feliz aniversário a você, nessa data querida. Muitas felicidades - e que da próxima vez a gente se cruze, nem que seja pelos Santos! Te amo, santista.
quarta-feira, maio 17, 2006
Notícias do front!

E hoje, só, recebi minha carta de dispensa...!
E rola a bola
E já que de esporte falo, faz-se necessário registrar que amanhã o Boca Juniors e o Macabi Tel Aviv vão se enfrentar num amistoso por aqui. O time argentino já está em Israel para a partida, que vai com certeza levar muito porteño para o estádio Bloomfield, em Tel Aviv. A comunidade argentina daqui tem lá seus 80 mil indivíduos... E o jogo vai ser em comemoração ao centésimo aniversário do time israelense. A arrecadação vai ser doada para bolsas para a Ben Gurion University, lá no Negev, onde estive na semana passada.
Arte sem público não é arte
E falando em propaganda, só pra não deixar esse post muito pequenininho, espiem esse vídeo da Adidas para promover uma nova marca de tênis, "o primeiro tênis inteligente do mundo". Vale a pena, é sensacional. Do B#9, também.
terça-feira, maio 16, 2006
Quando elas querem...
- Quero aprender francês e árabe, ainda!
- Árabe? Para quê? Eu gosto de francês...
- É... Eu acho o francês romântico.
- Francês é romântico e espanhol é sexy [olhar 43 nesse momento]
- Boa definição [a arte de se fazer de bobo!]
Pioneirismo no século 21
Para ler mais a respeito, aqui. Para ver minha sombra estampada na areia do deserto, perto de Dimona, aqui. Se quiser ver outras fotos que eu fiz por lá, aqui. E se quer ler a matéria da Revista 18, tem que esperar até sair (não sei bem quando, mas aqui dá pra saber).
Breno, diz alguma coisa!
segunda-feira, maio 15, 2006
O rodízio foi suspenso

A coisa está feia. E vêm me falar de Hamas, de terrorismo, dessas coisas que rolam por aqui. Dia desses estava falando com um motorista de táxi e ele me perguntou como é que é esse negócio de que em São Paulo tem assalto a torto e a direito, tem seqüestro, tem corrupção policial. Se falasse com ele hoje e contasse do que o PCC está fazendo, ele não acreditaria, tampouco!
Além das 74 mortes ocorridas desde a última sexta-feira no Estado de São Paulo, os ataques do PCC (Primeiro Comando da Capital) diversificaram alvos nesta madrugada. Pelo menos dez agências bancárias foram atingidas e 61 ônibus incendiados. Isso levou muitas empresas de ônibus a paralisar o trabalho nesta manhã de segunda-feira, complicando o trânsito na capital. (UOL)
Mas pelo menos o rodízio foi suspenso...
[UPDATE] Conta uma brasileira, lá na 'guerra': Acabaram de nos dispensar.../ Todas as empresas parando agora/ Nenhuma faculdade com aula hoje/ Ninguém na rua depois das 20h (apesar de a polícia ter desmentido na TV, todos ficarão em casa)/ Estou com medo.../ Já liguei pra todo mundo, todo mundo indo embora.../ Vôos cancelados, tanto quem vai como quem vem/ E nada isso é oficial, não são os aeroportos que estão fechando. As pessoas estão com medo.
Aqui a confusão é por outras razões...
Para ler mais sobre esse caos, Cafeína, Estadão, CNN, Poder da Palavra, Folha de S. Paulo, Brainstorm#9, Política & Cia., Libardo Buitrago. E, bom... em qualquer site que julgue o hemisfério sul suficientemente importante para ser notícia... Não serão muitos, contudo. Tem fotos também.
domingo, maio 14, 2006
Bilhete de loteria
Quando perguntei a idade e ela me confessou os setenta e cinco que completa no mesmo dia que a minha mãe, 16 de junho, disse também que está muito velhinha. Eu falei que esse negócio de idade não existe, que está no espírito e tal. Mas ela disse que o corpo já sente os anos. Enfim. Papo de telemarketing.
Mas ela foi tão simpática que eu não pude deixar de agradecer por ter ouvido o sotaque, ao finalizar a entrevista. E ela disse esperar não ter problemas depois de 39 anos morando nos Estados Unidos. Contou que usou o dólar que mandamos para a casa dela para jogar na loteria. Desejei sorte.
Viúva com uma filha, longe do país de origem, que ela tenha um presente de quase 75.
* FYI: o espanhol, o Almodovar, a Karina + Miguel de Cervantes, O albergue espanhol, Don Quixote, Xavier, Madrid, chocolate quente de San Sebastián, Toledo e muitas outras
FELIZ ANIVERSÁRIO a vocês, Laura e Jana. Tudo de bom do fundo do meu coração, daqui de Jerusalém para o Rio e para Floripa! A saudade é imensa!
sábado, maio 13, 2006
Quero
Com sabor de fruta mordida
Nós na batida, no embalo da rede
Matando a sede na saliva
Ser teu pão, ser tua comida
Todo amor que houver nessa vida
E algum trocado pra dar garantia
E ser artista no nosso convívio
Pelo inferno e céu de todo dia
Pra poesia que a gente nem vive
Transformar o tédio em melodia
Ser teu pão, ser tua comida
Todo amor que houver nessa vida
E algum veneno antimonotonia
E se eu achar a tua fonte escondida
Te alcanço em cheio, o mel e a ferida
E o corpo inteiro como um furacão
Boca, nuca, mão e a tua mente - não
Ser teu pão, ser tua comida
Todo amor que houver nessa vida
E algum remédio que me dê alegria
quinta-feira, maio 11, 2006
Coisas assim
Na noite seguinte, uma mensagem de Brasília no celular sugerindo olhar a lua. Na cafeteria do trabalho, umas mulheres que acham a minha cara muito triste e fazem graça pra me fazer sorrir.
De manhã, arrastando a tromba enquanto caminho, o telefone toca querendo saber porque pareço tão triste. Uma amiga que há muito não via, na outra calçada na rua principal de Jerusalém. E chegando em casa um email conta que apareci em um sonho em Florianópolis.
Coisinhas, assim.
domingo, maio 07, 2006
Melhor não comparar
Pensa nesses primeiros momentos. Compare-os com hoje. Com a rotina, com o dissabor, com o quão mecânico virou fazer todas aquelas coisas que, na novidade, pareciam sensacionais (e eram).
Estranho, não é?
Life sucks, definitivamente.
Sexo e... um ovo?
Faço questão de publicar aqui. O autor de Ardiente paciencia, o título em espanhol, é Antonio Skármeta. A tradução é de Beatriz Sidou.
Soltando a jarra de vinho e o avental, a menina recolheu um ovo do balcão e foi andando descalça debaixo das luzes dessa noite estrelada até o encontro.
Ao abrir a porta do galpão, soube distinguir por entre as confusas redes o carteiro sentado sobre um banquinho de sapateiro, o rosto colorido pela luz laranja de uma lamparina de querosene. Por sua vez, Mario pôde identificar, convocando a mesma emoção de antes, a precisa minissaia e a apertada blusa daquele primeiro encontro junto à mesa de totó. Como se combinando com a recordação, a garota alçou o oval e frágil ovo e, depois de fechar a porta com um pé, colocou-o perto de seus lábios. Abaixando-o um pouco até seus seios, fê-lo deslizar seguindo o palpitante vulto com os dedos dançarinos, resvalou sobre seu estômago liso, trouxe-o até o ventre, escorreu sobre seu sexo em meio ao triângulo de suas pernas, esquentando-o instantaneamente, e, então, cravou um olhar quente nos olhos de Mario. Este fez uma tentativa para levantar-se, mas a garota o conteve com um gesto. Colocou o ovo sobre a testa, passou-o sobre a superfície acobreada, montou-o sobre o tabique do nariz e, ao chegar nos lábios, enfiou-o na boca, firmando entre os dentes.
Mario, nesse mesmo instante, soube que a ereção sustentada com tanta fidelidade durante meses era uma pequena colina em comparação com a cordilheira que emergia de seu púbis, com o vulcão de uma nada metafórica lava que começava a desenfrear seu sangue, a turvar seu olhar, a transformar até sua saliva em uma espécie de esperma. Beatriz indicou-lhe que se ajoelhasse. Embora o piso fosse de madeira tosca, pareceu-lhe um tapete principesco quando a garota quase levitou até ele e se pôs ao seu lado.
Um gesto de suas mãos ilustrou que ele teria de pôr as suas em forma de cestinha. Se alguma vez obedecer lhe havia parecido intragável, agora só desejava a escravidão. A garota se curvou para trás e o ovo, ínfimo equilibrista, percorreu cada centímetro do pano de sua blusa e da saia até se deixar apanhar pelas mãos de Mario. Levantou os olhos para Beatriz e viu sua língua transformada em labareda entre os dentes, os olhos pertubadoramente decididos, as sobrancelhas na espreita, esperando a iniciativa do rapaz. Mario delicadamente levantou o ovo, como se estivesse a ponto de incubar. Colocou-o sobre o ventre da garota e, com um sorriso de prestigiador, o fez patinar em suas ancas, marcou com ele preguiçosamente a linha das nádegas, enquanto Beatriz, com a boca entreaberta, continuava com o ventre e as cadeiras em pulsações. Quando o ovo completou sua órbita, o jovem o retornou ao arco do ventre, fez a curva nas aberturas dos seios e, levantando-se com ele, infiltou-o pelo pescoço. Beatriz abaixou o queixo e o reteve ali com um sorriso que era mais uma ordem que uma gentileza. E, então, Mario adiantou a boca até o ovo, prendeu-o entre os dentes e, distanciando-se, esperou que ela viesse resgatá-lo de seus lábios com sua própria boca. Ao sentir a carne dela roçar por cima da casca, sua boca deixou que a delícia transbordasse por ele. O primeiro pedaço de pele que ungia era aquele que em seu sonho ela cedia como último bastião de um assédio que era contemplado agora com o lamber a cada um de seus poros, o mais tênue cabelinho de seus braços, a sedosa queda de suas pálpebras, o vertiginoso declive de seu pescoço. Era o tempo da colheita, o amor havia amadurecido espesso e duro em seu esqueleto, as palavras voltavam a suas raízes. Neste momento, pensou ele, este, este momento, este este este este este momento, este este, este momento este. Cerrou os olhos quando ela tirava o ovo com sua boca. Às escuras, cobriu-a pelas costas enquanto em sua mente uma explosão de peixes cintilantes brotava num oceano calmo. Uma imensa luz o banhava e ele teve a verteza de compreender, com sua saliva sobre esta nuca, o que era o infinito. Chegou até o outro flanco de sua amada e mais uma vez prendeu o ovo entre os dentes. E agora, como se ambos estivessem bailando ao compasso de uma música secreta, ela entreabriu o decote de sua blusa e Mario fez o ovo resvalar entre suas tetas. Beatriz desprendeu o cinto, lavantou a asfixiante prenda e o ovo foi arrebentar no chão, enquanto a menina tirou a blusa por cima da cabeça e expôs o dorso dourado pela lâmpada de querosene. Mario abaixou sua apertada minissaia e quando a fragrante vegetação de sua boceta acariciou seu nariz indagador, não teve outra inspiração senão untá-la com a ponta de sua língua. Neste exato momento Beatriz emitiu um nutrido grito de alento, de soluço, de dissipação, de garganta, de música, de febre, que se prolongou por alguns segundos em que seu corpo inteiro tremeu até se desvanecer. Deixou-se resvalar até a madeira do chão, e depois de colocar um dedo de sigilo sobre o lábio que a havia lambido, trouxe-o úmido até o tecido rústico da calça do garoto e, apalpando a grossura de seu pau, disse com voz rouca:
- Você acabou comigo, seu bobo.
Primavera
Dá outro gosto.